domingo, 4 de novembro de 2007

PPP 4º período 1ª versão

UNEB
UNIVERSIDADE DO ESTADO DABAHIA
CAMPUS XVI
DEPARTAMENTO DE CIENCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS
DOCENTE: EMANUELA DOURADO
DISCENTE: MARIELZA QUEIRÓZ BARRETO

PROCESSOS E MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO EM CLASSES DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO DE IRECÊ-BA.



Alfabetização : processos e métodos.

Mudanças conceituais ocorridas no campo da alfabetização trazem como consciência, mudanças nas decisões metodológicas e nos procedimentos didáticos a ela relacionadas. O foco deste trabalho será a caracterização do estado atual da discussão sobre a metodologia da alfabetização como base para uma reflexão sobra a organização do trabalho nessa área. Como ponto de partida para o estudo, buscamos estudar como acontece a alfabetização das crianças na escola.
Em contato com escolas do município de Irecê-BA, tivemos acesso à proposta curricular da educação infantil e do ensino fundamental, onde está definido em linhas gerais o conteúdo a seu trabalho, a concepção de educação os teóricos que fundamentam esse trabalho. Mesmo assim, como há algum tempo atrás, hoje podemos observar que as praticas pedagógicas de alfabetização ainda se baseiam no ensino de estratégias de leitura e escrita. Ao conhecer um pouco desta fundamentação teórica e da organização didática da escola, descobri grande interesse, envolvimento com este assunto, pois meu filho está cursando a primeira série do ensino fundamental e posso constatar na prática, os conceitos e conhecimentos adquiridos na teoria.

2. Abordagem histórica da alfabetização no Brasil
Historicamente, as discussões sobre a alfabetização escolar no Brasil se centraram na eficácia de processos e métodos, prevalecendo, até os anos 80, uma polarização entre processos sintéticos e analíticos, direcionado ao ensino do sistema alfabético e ortográfico da escrita.
Os primeiros métodos aplicados ao ensino da língua escrita pertencem a uma vertente que valoriza o processo de síntese. Nele se incluem os métodos de soletração, fônico,e silábico, tendência ainda fortemente presentes nas propostas didáticas atuais. Tais métodos privilegiam os processos de codificação, as relações entre fonemas ( sons ou unidades sonoras) e grafemas (letra ou grupos de letras) e uma progressão de unidades menores (letras, fonemas, sílabas), as unidades mais complexas ( palavras frases, textos). Embora focalizem capacidades essenciais ao processo de alfabetização – sobretudo a consciência fonológica e aprendizagem do sistema convencional da escrita - tais métodos quando utilizados parcialmente de forma exclusiva, apresentam limitações. Não exploram as complexas relações entre fala e escrita, suas semelhanças e diferenças. Além disso, peal ênfase que atribuem a decodificação resulta, muitas vezes, em propostas que descontextualizam a escrita, seus usos e funções sociais, enfatizando situações artificiais de treinamento d letras, fonemas ou sílabas.
Outra vertente de métodos valoriza o processo de análise e compreensão de sentidos, propondo uma progressão diferenciada de unidade mais ampla d sentidos, propondo uma progressão diferenciada de unidades mais amplas (palavras, frase, texto) a unidades menores (sílabas ou decomposição em grafemas e fonemas). (São exemplos dessa abordagem os métodos: palavração (palavra composta em sílabas), sentenciação (sentenças decompostas em palavras) e o global de contos 9textos considerados como pontos de partida, até o trabalho em torno de unidades menores), tendências que também persiste nas práticas docentes atuais. Esses métodos contemplam algumas das capacidades essenciais ao processo d alfabetização pelo reconhecimento global das mesmas, sobretudo, o estimulo à leitura de unidades com sentido. Entretanto, quando incorporados d forma parcial e absoluta, acabam enfatizando construções artificiais e repetitivas de palavras, frases e textos, muitas vezes apenas a serviço da repetição e da memorização, com objetivo de manter controle mais rígido da seqüência do processo e das formas de interação gradual da criança com a escrita.
Nas últimas três décadas, assistiu-se a um abandono dessa discussão sobre a eficácia de processos e métodos de alfabetização, que passaram a ser identificados como propostas “tradicionais” ou excessivamente diretivas. A discussão sobre a psicogênese da aquisição da escrita, uma abordagem de grande impacto conceitual no campo da alfabetização, sistematizada por Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (1985) , passou a ocupar lugar central. Tais mudanças conceituais, traduzidas no ideário “Construtivista”, reverteram a ênfase anterior no método de ensino, para o processo de aprendizagem da criança que se alfabetiza, essa entendido como sistema de representação, e para suas concepções progressivas sobre a escrita. Além, disso passou-se a valorizar o diagnóstico dos conhecimentos prévios dos alunos e analise de seus erros, como indicadores construtivos de seus processos cognitivos e suas hipóteses de aprendizagem. Outra implicação fundamental passou a ser o deslocamento da ênfase anterior na alfabetização, para uma valorização do ambiente alfabetizador do conceito mais amplo de letramento, como a progressiva inserção da criança em práticas sociais e matérias reais que envolvem a escrita e a leitura. Embora tais contribuições tenham se incorporado como conquistas importantes na trajetória da alfabetização escolar, alguns problemas e dilemas se instalaram a partir da excessiva centragem nas dimensões conceituas, em detrimento da sistematização metodológica do ensino desse objeto em construção. Como afirma SOARES (2002), a ênfase na faceta psicológica da alfabetização obscureceu sua faceta lingüística fonética e fonológica, além do sistema convencional de uma escrita alfabética e ortográfica.
“[...] as mudanças necessárias para enfrentar sobre bases novas a alfabetização inicial não se resolvem com um novo método de ensino, nem com novos testes de prontidão nem com novos matérias didáticos.
É preciso mudar os pontos por onde nós fazemos passar o eixo central das nossas discussões.
Temos uma imagem empobrecida da língua escrita: é preciso reintroduzir, quando consideramos a alfabetização, a escrita como sistema de representação da linguagem.
Temos uma imagem empobrecida da criança que aprnde: a rduzimos a um par de olhos, um par de ouvidos, uma mão que pega um instrumento para marcar e um aparelho fonador que emite sons.
Atrás disso há um sujeito cognoscente, alguém que pensa, que constrói interpretações, que age sobre o real para faze-lo seu.”

O processo de alfabetização do ensino fundamental nas escolas do município de Irecê, tem como finalidade formar aluno para a vida, significa, portanto reconhecer em cada criança de hoje, um sujeito de direitos e deveres. Mas, para que isso aconteça é preciso que a escola, enquanto instituição social responsável pela educação formal, ofereça condições par que ele construa as capacidades e domine as competências mínimas , ou seja dando-lhe oportunidades para ir mais além, favorecendo sua participação produtiva na sociedade.
Entretanto, durante o pouco tempo de observações feitas em escolas do município, pode-se constatar que os processos e método usados não são suficientes para construir um sujeito pleno.

3.Objetivos
Objetivo Geral:

Analisar as situações do processo de alfabetização e sua correlação com o método utilizado, a partir da observação da prática pedagógica de professores numa escola de ensino fundamental do município de Irecê-BA.
Objetivos Específicos:
Identificar os princípios pedagógicos que norteiam os processos de alfabetização.
Conhecer a prática do professor alfabetizador.


4. Fundamentação Teórica
Para Piaget (1980), o conhecimento resulta de uma atividade estruturadora por parte do sujeito. Esse conhecimento resulta, segundo ele, do próprio comportamento, que gera esquemas de ação, através da interação do sujeito com o objeto da aprendizagem. O que é inato para Piaget seria um núcleo de programas de ação que organiza e coordena ações e percepções, que por sua vez ajustam-se ao conteúdo específico do contexto onde funcionam.
“A escola não alfabetiza, ela dá continuidade a um processo de alfabetização já em pleno desenvolvimento”.
Paulo Freire.
Emília Ferreiro, em suas pesquisas, tinha o objetivo de compreender o desenvolvimento da leitura e da escrita do ponto de vista dos processos de apropriação de um objeto socialmente constituído.
O construir o conhecimento, estaria alicerçado indiscutivelmente em possibilidades que o sujeito obteve para criar o seu conhecimento, perpassando pelos diversos patamares do próprio conhecimento trabalhado e atingindo o saber socialmente elaborado.
Nesse contexto , o trabalho de Emília Ferreiro, é uma das mais valiosas e recentes contribuições no sentido de considerar a escrita como a representação da linguagem e não como um código de transcrição gráfica de unidades sonoras. Por outro lado ela considera a criança, que aprende, como um sujeito ativo que interage de modo produtivo com a alfabetização.
Enfatizando a contribuição de Noam Chomsky, Ferreiro indica que a ênfase do trabalho deste pesquisador no estudo da aquisição das regras sintáticas da linguagem demonstrou a existência de uma distinção entre a competência e o desempenho exibidos pelos sujeitos. Do ponto de vista de Ferreiro, esta distinção também se encontra na base da teoria piagetiana da inteligência.(Ferreiro & Teberosky, 1986).
Um dos primeiros problemas enfrentados pela criança, para desvendar a escrita, é compreender o que as marcas sobre o papel representam e como se realiza esta representação.
Os postulados de Ferreiro & Teberosky evidenciam o caráter construtivo ou conceitual das elaborações infantis, sem os quais a aprendizagem pode ser muito dificultada. De pouco adianta ensinar a criança a traçar letras, apurar o traçado, usar o papel, se não forem oferecidas a ela situações onde a escrita como sistema de representação possa ser objeto do pensamento infantil.
Partindo-se de práticas que adiam a escrita e a leitura para quando a criança já for capaz de ler, não se oferece a ela o mais precioso alimento para avanços: a linguagem em sua modalidade escrita.
Considero, no entanto, que tudo o que foi colocado deva ser sempre objeto de reflexão, já que indicam a existência de esquemas de modos de compreensão inusitados e algumas vezes não levado em conta nos momentos iniciais de difusão dos estudos de Ferreiro & Teberosky (1985).
Desta forma, as mudanças no conjunto de significados devem ser graduais e precisam estar ancoradas em conhecimentos prévios, sob pena de não se realizarem.
5. Perspectiva Metodológica
Sabemos que a sala de aula é antes de tudo, um espaço educativo, e assim pode ser concebida, como um espaço organizado e dirigido com a participação conjunta de alunos e do professor, que deve atuar como mediador mais experiente no processo educativo.
Contudo, é muito difícil em uma observação, expor como se faz esse processo de alfabetização, tendo em vista que o tempo é curto, precisaria de mais tempo para poder definir com plena certeza como esse processo se desenvolve no dia-dia. Mais pôde-se perceber como esse é um processo importante para a vida das crianças e como os profissionais da área de educação precisam estar preparados para atender à todas as surpresas e possíveis dificuldades que possam ocorre durante o processo de alfabetização.
A maioria dos estudos que se realizam no campo da educação são de natureza descritiva. Os estudos descritivos exigem do pesquisador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar.
Na verdade, o ensino sempre se caracterizou pelo destaque de sua realidade qualitativa. Nesses âmbitos, descritivo - qualitativo, irei direcionar minhas buscas de informações para que a pesquisa desejada seja alcançada com êxito.



6. Referências bibliográficas:
AZENHA, Maria da Graça. Construtivismo: de Piaget a Emília Ferreiro. São
Paulo: Ática, 7ª edição, 1999.
FERREIRO, Emília & TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
FRADE, Isabel Cristina A . S. Alfabetização hoje: onde estão os métodos? Presença Pedagógica. Belo Horizonte: Dimensão, v. 9, n.50, mar./abr. 2003.Site; http://http://www.mec.gov.br/
SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. São Paulo: Contexto, 2002.
TEBEROSKY, Ana & COLOMER, Teresa. Aprender a ler e escrever; uma proposta construtivista. Porto Alegre: Artmed, 2003.

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